sexta-feira, 1 de março de 2013

2ª Atividade em Grupo: Noções de Patologia: Casos Clínicos


Caso Clínico: Acidente Isquémico Transitório 

Termos Desconhecidos
  • Acidente Isquémico Transitório: perturbação no funcionamento do cérebro que deriva de uma deficiência temporária de fornecimento de sangue ao mesmo. Este pode ser causado pelo desprendimento de fragmentos de matéria gorda e de cálcio que se formam na parede arterial (placas de ateroma) e introdução dos mesmos num pequeno vaso sanguíneo ou por acumulação de plaquetas e/ou coágulos, podendo, assim, haver uma obstrução temporária da circulação.
  • ACP: Auscultação cardio-pulmonar
  • Atorvastatina: fármaco usado para baixar os níveis de colestrol no sangue. Também estabiliza a placa ateromatosa, evitando AVC's.
  • Co-morbilidades: presença ou associação de duas ou mais doenças no mesmo paciente.
  • Comissura Labial: ponto de união dos lábios no canto da boca.
  • Dislipidémia: concentração anormal de lipoproteínas e/ou lípidos na corrente sanguínea.
  • FR: Frequência Respiratória.
  • HTA: Hipertensão Arterial.
  • Olmesartan: fármaco usado para tratamento de Hipertensão Arterial.
  • Repolarização Ventricular: alterações electrocardiográficas da onda T. Isto significa que o coração, quando bate, tem dificuldade em voltar ao normal para efectuar um novo batimento.
  • RS: Ritmo Sinusial (caracterizado por batimentos cardíacos regulares e que normalmente ocorrem sem a manifestação de sintomas).
  • Síncope: perda de consciência de forma súbita e transitória, provocada por uma diminuição brusca da irrigação sanguínea cerebral, privando as células de sangue (que transporta oxigénio e energia).
De que tipo é o agente etiológico?

      O agente etiológico é do tipo adquirido, pois doenças como a Hipertensão Arterial e a Dislipidémia, que contribuem para o aumento do risco deste tipo de perturbação, são adquiridas ao longo do tempo devido ao envelhecimento.

A lesão é funcional ou estrutural?

     A lesão em causa começa por ser estrutural ao haver um desprendimento de fragmentos de matéria gorda e de cálcio que se formam na parede arterial. Este facto irá alterar a função do vaso sanguíneo (por passar a estar entupido) tal como a função de outros componentes do organismo, nomeadamente o cérebro. Deste modo, a lesão é tambem funcional (tal como é indicado no esquema apresentado em aula em que a lesão estrutural e a lesão funcional se influenciam mutuamente).

A lesão é focal ou sistemática?

      Esta lesão é focal uma vez que inicialmente tem incidência no vaso sanguíneo, afectando posteriormente o normal funcionamento do cérebro. Sendo este último o principal órgão e o centro do Sistema Nervoso, a lesão que começou por ser focal torna-se sistémica por provocar efeitos relacionados com outros sistemas como o endócrino (tendo em conta que é neste que se situa a hipófise e o hipotálamo responsáveis pela libertação de hormonas essenciais ao equilíbrio e regulação do organismo) que, por sua vez, irá ter impacto nos restantes sistemas.

No enunciado, o que é sinal e sintoma?

     No enunciado são sinais: assimetrias das comissuras labiais, desiquilíbrio tendencial para o lado esquerdo, dificuldade na articulação de algumas palavras, síncope com duração de aproximadamente 30 segundos. E são sintomas: período curto em que "sabia o que queria dizer mas as palavras não saiam", o doente acha qe não se deitou no seu estado habitual, parestesias da hemiface esquerda com duração de aproximadamente 2 horas.

Que dados foram obtidos através da história, do exame físico e dos achados clínicos?

       Através da história clínica actual foi permitido o acesso aos sintomas e alguns dos sinais ocorridos antes do indivíduo recorrer ao serviço de urgência, que são referidos na resposta à questão anterior. Para além disso, também são dadas a conhecer outras doenças de que o utente padece, nomeadamente de Hipertensão Arterial e de Dislipidémia, tendo sido também possível apreender que o utente é fumador.
   A partir do exame físico ou objectivo obteve-se informações acerca da sua tensão arterial (133/60mmHg), da sua frequência cardíaca (70 bpm), da frequência respiratória (14 cpm), da saturação de oxigéncio (99%), temperatura (36,7ºC) e da auscultação cardio-pulmonar. Desta maneira, constatou-se que estas características se encontravam dentro dos parâmetros normais tendo em conta as suas co-morbilidades.
       Em relação aos achados clínicos foram realizados Exames Complementares de Diagnóstico (ECD), em que se pôde constatar que havia algumas alterações inespecíficas da repolarização ventricular ao realizar um ECG. Através do estudo analítico, concluiu-se que não havia alterações relevantes.

Qual a evolução da doença?

   O Acidente Isquémico Transitório é uma doença aguda. Após a realização de exames médicos foi possível verificar que se encontrava tudo dentro da normalidade, excepto o ECG, onde apresentava alterações inespecíficas da repolarização ventricular (devido ao facto de ser hipertenso).

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Caso Clínico: Diabete Tipo I

Termos Desconhecidos
  • Adinamia: estado de prostação física e/ou moral; debilidade geral, falta de forças, astenia externa.
  • Anictérica: leve inflamação do fígado, que funciona sem icterícia.
  • Antipirético: medicamento que reduz a febre ao aumentar a quantidade de calor que se desprende do organismo. Os antipiréticos podem fazer com que os vasos sanguíneos da pele se dilatem, o que permite que uma maior porção de sangue circule junto à superfície da pele, onde pode ser esfriado pelo ar.
  • Apirética: afebril; que não tem febre.
  • DM 2: Diabetes Mellitus tipo II.
  • Hiperemia: congestão ou existência de uma quantidade excessiva de sangue nos vasos sanguíneos de uma região.
  • Hipocorada: pálida; apresenta pouca cor.
  • Linfadenomegalia: considera-se um linfonodo aumentado quanto este é maior do que 1 centímetro. Na maior parte das vezes representa uma resposta adaptativa normal a um estímulo imunológico. No entanto, também pode significar uma doença inflamatória ou neoplásica grave.
  • Orofaringe: parte da faringe, na parte posterior da boca, localizada entre a nasofaringe e a laringofaringe.
  • Otalgia: dor localizada no ouvido.
  • Polidipsia: aumento desproporcional da sensação de sede.
  • Polifagia: sinal médico que significa fome excessiva e ingestão anormalmente alta de sólidos pela boca.
  • Poliúria: elimicação de volumes excessivos de urina.

De que tipo é o agente etiológico?

      O agente etiológico é do tipo genético pois, segundo os antecedentes familiares, a avó materna apresenta DM2 (Diabetes Mellitus tipo II).

A lesão é funcional ou estrutural?

         A lesão em causa dá-se tanto a nível funcional como estrutural. Primeiramente, verifica-se a destruição das células beta do pâncreas (órgão responsável pela produção de insulina) - alteração estrutural - e, consequentemente a deficiência completa de insulina, que é a hormona responsável pela redução da taxa de glicose no sangue - alteração funcional.

A lesão é focal ou sistémica?

      A Diabetes mellitus é uma doença caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose (principal fonte de energia do organismo) no sangue. No entanto, quando em excesso, pode causar várias complicações. As células do organismo recebem esta fonte de energia devido aos efeitos da insulina. Perante isto, sabe-se que a lesão em causa é focal, pois inicia-se no pâncras, em que se verifica que este órgão não produz ou produz muito pouca insulina. No entanto, é também uma lesão sistémica, pois existem efeitos relacionados com outros sistemas, nomeadamente os sistemas urinário, circulatório e nervoso, nos quas vários órgãos são afectados, como os rins, vasos sanguíneos, coração e os olhos.

No enunciado, o que é sinal e sintoma?

         No enunciado, são sinais: perda de peso, tosse seca, hipocorada. E são sintomas: poliúria, polidipsia, polifagia, febre, sonolência progressiva e intensa, adinamia, otalgia, anictérica e linfadenomegalia submandibular bilateral.

Que dados foram obtidos através da história, do exame física e dos achados clínicos?

      Através da história clínica obtiveram-se dados relativamente ao nascimento da criança, que ocorreu normalmente, em ambiente hospitalar, com bom peso, bom desenvolvimento e uma alimentação cuidada, com aleitamento materno, e dados mais recentes. Estes são transmitidos pela mãe, informando que a criança apresenta perda de peso, tosse seca, febre, poliúria, polidipsia, polifagia, sonolência intensa, adinamia e otalgia bilateral.
      Através da realização de exames físicos à criança, foi possível constatar que esta estava emagrecida, hipocorada, anictérica, não apresentava febre, havia presença de linfadenomegalia submandibular bilateral, apresentando gânglios com maior tamanho e inflamados, com orofaringe habitual. Fez-se também a drenagem de secreção purulenta dos ouvidos bilateralmente.
       Relativamente aos achados clínicos, não existe qualquer informação.

Qual a evolução da doença?

       A Diabetes Tipo I é uma doença crónica com exacerbações. Após a constatação da existência de um elevado valor de glicemia (400 mg/dl), foram administradas 5 UI de insulina, o que conduziu à diminuição do valor de glicemia para 33 mg/dl e, consequentemente, estabilização temporária da doença.




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

1ª Atividade em Grupo

Diálogo entre três alunos do 1.º ano da Escola Superior de Saúde do Alcoitão - Terapia Ocupacional, Terapia da Fala e Fisioterapia


TO: Estou a gostar da conversa mas tenho de ir para a aula, já vou chegar atrasado e o Prof. passa-se!

Fisio: O que vais ter?

TO: Patologia com o Hugo Santos.

Fisio: Fisiopatologia, queres dizer?

TO: Não, é Patologia!

Fisio: Eu também tenho aulas com eles e a Unidade Curricular chama-se Fisiopatologia.

TO: É a mesma cena...

TF: Não é bem... são conceitos parecidos mas são diferentes...

Fisio: Aposto que não sabes explicar!

TF: Pois realmente... Opá, Google It.

TO: Só podias ser da Fala! Falas muito mas...

TF: Sim sim. Então mas... não estavam atrasados?

Fisio: Não interessa, só por causa disso vamos agora ver à Sala de Informática.

(Já na Sala de Informática...)

TF: Segundo o que diz aqui, patologia é uma parte da Medicina que cuida das causas, processos e efeitos das doenças e das alterações provocadas por elas no organismo. Para isso, realizam-se exames aos órgãos, tecidos e fluidos corporais.

TO: Patologia explica então quatro componentes: a causa da doença, o seu mecanismo de desenvolvimento, as mudanças morfológicas que tomam lugar e a manifestação clínica da doença.

Fisio: Por outro lado, diz que a fisiopatologia é o estudo das funções anormais ou patológicas de vários órgãos e aparelhos do organismo, que se debruça mais sobre as manifestações físicas provocadas pelas alterações morfológicas da doença e no modo como elas se relacionam.

TF: Então, espera! A fisiopatologia está inserida no ramo da patologia?

TO: Pelo que entendi, digamos que a fisiopatologia pode desempenhar a sua função baseando-se nas descobertas feitas através da patologia.

TF: Ah! Então, por exemplo, através da patologia são feitas análises aos tecidos para determinar se estes são benignos ou cancerígenos. Por sua vez, a fisiopatologia estuda o progresso das mudanças físicas que se verificam nos órgãos afectados. Caso a doença se verifique, esta terá de ser estudada do ponto de vista da sua evolução, tendo em conta o seu período de começo, período clínico, relacionado com o aparecimento dos sintomas característicos, e período de terminação, que corresponde à cura, possíveis recaídas ou, até mesmo, à morte, o que se designa por patocronia.

TO: Ah, "pato" de doença e "cronia" de tempo!

Fisio: Exacto! Então pronto, a patologia estuda as causas e encontra o tratamento, enquanto que a fisiopatologia estuda as alterações funcionais e, de seguida, trata a doença. Além disso, a patologia é importante para diagnosticar através de sinais clínicos e análises de amostras e é, baseando-se em ambos, que a fisiopatologia poderá actuar.

TO: Ah, tudo isto está relacionado. No curso de Terapia Ocupacional, fala-se tanto em saúde e qualidade de vida e, assim, faz sentido que tenhamos esta unidade curricular. Acompanhem o meu raciocínio! Então, o objecto de estudo da patologia é a doença e, esta surge por uma falha no equilíbrio do organismo, na sua autorregulação, ou seja, uma falha na homeostasia, certo? Então, se este equilíbrio é perturbado, a consequência é a ausência de saúde, da normalidade de funcionamento do organismo e, por isso, do bem-estar físico, psíquico e social. Estas condições poderão comprometer a qualidade de vida do indivíduo.

TF: Sim, realmente faz sentido. Pronto, estamos esclarecidos. Mas olhem, já que estamos numa de aquisição de novos conhecimentos, diz aqui também que a patologia está associada a dois termos. Tentem lá adivinhar quais são!

Fisio: Hum... não sei. Tens que dar uma ajudinha!

TF: Está bem, é justo. Então vá, um dos termos concerne ao estudo das causas das doenças e o outro concerne ao estudo da origem das doenças ou das condições que presidem ao desenvolvimento das doenças.

TO: Ah, eu sei, eu sei! Lembro-me de o professor Hugo ter falado disso. Esperem, esperem... Então, se não estou em erro, o estudo das causas das doenças é designado por etiologia e o estudo da origem das doenças ou das condições que presidem ao desenvolvimento das doenças diz respeito à patogenia. Correto?

TF: Exatamente! Vê-se que estás muito atento nas aulas.

Fisio: Vá, agora é a minha vez de provar que também sei qualquer coisa. Estas não sabem de certeza! Digam-me lá o que é nosologia e nosografia. Da primeira vez que ouvimos falar disto na aula, ficámos a olhar uns para os outros, pois nunca tínhamos ouvido falar em tal coisa. Mas a verdade é que faz todo o sentido falar destes conceitos quando se fala em patologia.

TO: Olha, ficaram vocês à toa e agora fiquei eu! Admito que não sei.

Fisio: E tu, sabes?

TF: Também não.

Fisio: Então é assim, a nosologia corresponde ao ramo da saúde que trata da classificação das doenças segundo as suas causas, os mecanismos de surgimento e desenvolvimento patológico ou segundo o sintoma, sendo que a nosografia é o resultado deste trabalho de classificação. Entenderam? 

TO: Sim. Por outras palavras, enquanto que a nosologia classifica as doenças, a nosografia descreve-as metodicamente, certo?

Fisio: Exatamente!

TF: Sem querer preocupar-te, acho que o Professor Hugo vai mesmo passar-se com o teu atraso.

TO: Ups, tens razão, mas aposto que quando lhe explicar o motivo do meu atraso ele vai entender. Vá, tenho mesmo que ir. Até logo!

Fisio e TF: Até logo!